Conhecida como pesca-fantasma,
rede abandonada ou perdida, a pesca-fantasma não apenas causa prejuízo
econômico; além de desperdiçar recursos pesqueiros, os equipamentos à deriva
atingem também aves, tartarugas e mamíferos, como o lobo-marinho, com sérias perdas
ambientais. Seres humanos também podem ser vítimas, pois, em média dois
surfistas morrem por ano no Rio Grande do Sul presos em redes de pesca. Sem falar
nos banhistas que ficam presos em cabos de rede.Os estudos sobre
o caso ainda são poucos, mas os primeiros estudos revelam que o problema está
possivelmente relacionado com uma má ação dos profissionais da pesca ou ainda
por parte do extravio do equipamento, seja acidental, devido às condições meteorológicas
e geológicas do fundo marinho (tsunamis, ciclone, temporal).
O extravio de
redes inteiras- A pesca profissional envolve principalmente redes de malhas
fixas que ficam submersas de três a seis dias. Tal permanência as expõe aos revezes
meteorológicos comuns no Sul do país e países onde ocorrem esse revezes
meteorológicos (temporais, tsunamis). Grandes embarcações que saem pela noite,
como pesca de arrasto de peixes ou camarões, entram nas comunidades locais,
próximas das praias, que não visualizam as boias de sinalização das redes
fixas, outro motivo para a perda de seus equipamentos. Redes
móveis, como as de arrasto de camarão, prendem-se frequentemente a troncos e
galhos de manguezais trazidos pelas correntes desde a orla continental. Eles
podem romper a rede ainda no fundo ou, quando nela se enrolam, levando o
pescador a cortar um pedaço da trama e a lançá-lo na água.
No interior dos
estuários, redes são frequentemente armadas em locais proibidos. Outros
pescadores, ao encontrá-las, as rasgam com o objetivo de desestimular a pesca
predatória. Os panos e cabos não são recolhidos na embarcação, mas atirados na
água, para garantir o anonimato.Galhos e troncos
que se desprendem de arbustos e árvores do mangue e vão parar no mar, evento natural,
acaba por amenizar o problema porque esses galhos e troncos tornam-se verdadeiros
garis marinhos. Esse material que fica sobre deriva acaba se enroscando nessas
galhas e às vezes vão parar na praia, saindo de circulação.
Mas
o que fazer?
Uma das medidas recomendadas para amenizar a pesca-fantasma é a substituição de material sintético por material biodegradável, com fios vegetais e flutuadores de cortiça. Como parte do extravio é inevitável, nesse caso os equipamentos perdidos se desintegrariam na água após algum tempo. O problema é que o material biodegradável é mais caro e requer manutenção constante.
A orientação para os pescadores e fiscalização da prática pesqueira é umas das soluções propostas.
Criar lei que obriga empresas pesqueiras a ter selos de certificação de pesca consciente e em seus equipamentos. Os equipamentos de pesca, entre eles redes de pesca abandonados e/ou perdidos estão ameaçando a população de animais marinhos e já constituem cerca de 10% ou 640 mil toneladas dos resíduos marinhos.
Um estudo feito pelas duas organizações da UNO afirma que o problema está piorando devido ao aumento na escala de oper
ações de pesca no mundo e devido à introdução de equipamentos de alta durabilidade, fabricados com materiais sintéticos. Estima-se que, em um total de 500 mil armadilha para caranguejo instaladas na baia de Chesapeake, Estados unidos, 150 mil são perdidas por ano.
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